Zygopetalum é um gênero botânico pertencente à família das orquídeas (Orchidaceae). O nome vem do grego. Zygon significa par e petalon, pétalas, pois suas flores têm apenas duas pétalas iguais. Existem 14 espécies descritas, distribuídas da América Central ao sul do Brasil. Vivem sobre o solo (espécies terrícolas) ou sobre outras plantas (recebendo o nome de epífitas). A exuberância das flores de Zygopetalum desperta a atenção de cultivadores e colecionadores de plantas em todo o mundo.
As folhas de Zygopetalum são coriáceas, ou seja, lembram a textura de couro e quebram com facilidade devido à sua rigidez, lembrando na forma as folhas de grama. Na base das folhas estão localizados os pseudobulbos, estruturas mais largas e espessas que auxiliam na reserva de água e nutrientes para a planta.
A inflorescência é normalmente longa e ereta e as flores surgem na extremidade superior, podendo ser poucas ou muitas, de acordo com a espécie. As flores são vistosas, perfumadas na maioria das espécies e apresentam um aspecto ceroso ou aveludado.
Uma característica comum dos Zygopetalum é apresentarem as pétalas com máculas, manchas na cor marrom ou vinho.
As orquídeas apresentam sempre uma pétala maior, que se trata na verdade de uma estrutura denominada labelo (lê-se labélo).
O labelo é a parte das orquídeas que protege os órgãos de reprodução da planta e funciona como uma pista de pouso para os insetos polinizadores que encontram ali um local de apoio no momento que visitam as flores. Muitas espécies apresentam o labelo branco com manchas arroxeadas, característica marcante dessas flores.
As plantas da família Orchidaceae são muito apreciadas pelo potencial ornamental, ecológico e econômico e há séculos são alvo do extrativismo predatório, quando são retiradas de forma indiscriminada das matas. O domínio de técnicas para a cultivo, domesticação e propagação em massa das espécies é extremamente importante, visto que possibilita diminuir a coleta predatória, além de reduzir o custo de produção das plantas. Três, das 15 espécies são citadas na Lista Vermelha das espécies vegetais ameaçadas de extinção, uma publicação recente que aponta espécies que correm o risco de desaparecer dos ambientes naturais.
É importante, ao adquirir exemplares de Zygopetalum, se certificar que esses são provenientes de cultivo, evitando dessa forma, contribuir para a degradação das espécies na natureza. Na Mata Atlântica, Zygopetalum maxillare oferece um belo espetáculo ao florescer no meio a copa do samambaiaçu (o xaxim), que é seu único hospedeiro na mata.
O cultivo de orquídeas Zygopetalum é bastante comum em vários lugares do mundo, incluindo o Brasil, local onde essas plantas se desenvolvem com facilidade, pois apreciam o calor. O segredo para o cultivo é tentar reproduzir um ambiente semelhante ao que habitam, na natureza, devendo ser sombreado e com substrato que retenha bastante umidade. Algumas espécies são nativas de lugares mais secos, sendo assim, o local para plantio deve reproduzir essa condição.
Geralmente cultivadas em fibra de casca de coco ou esfagno (um tipo de musgo que quando seco é utilizado como substrato para o cultivo de outras espécies vegetais), necessitam de regas diárias, sendo que o solo não deve permanecer encharcado. Como consequência da umidade, fungos podem atacar os bulbos e as folhas, sendo essa uma praga mais comum no cultivo do Zygopetalum. Todas as espécies ocorrentes na natureza são cultivadas havendo, inclusive, um grande número de híbridos resultantes do cruzamento entre as espécies.
Por: Anderson Santos
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