O pequizeiro (Caryocar brasiliense) é uma árvore nativa da família Caryocaraceae, amplamente distribuída pelo Cerrado do Brasil Central e áreas adjacentes da Bolívia e Paraguai. No Brasil, ocorre nos Estados do Pará, Tocantins, Bahia, Maranhão, Piauí, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, podendo ser encontrado na Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.
Pode atingir até 10 metros de altura, mas existe uma forma arbustiva, que é chamada de pequi-anão. A sua madeira de cor amarelada é utilizada na construção e confecção de objetos. As cinzas da madeira são popularmente utilizadas para fazer sabão caseiro.
Suas folhas (que podem medir até 20 cm) são formadas por três folíolos recobertos com pelos curtos, que são utilizadas para a produção de adstringentes.
As flores são grandes e chamativas, com cinco pétalas brancas e longos estames. São polinizadas principalmente por morcegos mas também são visitadas por abelhas grandes, beija-flores e mamíferos pequenos. A floração ocorre entre os meses de agosto e novembro.
O fruto - o pequi - é drupáceo, oleaginoso e aromático. É muito utilizado na culinária principalmente nos estados do Centro-oeste e Nordeste, conhecido há séculos na culinária goiana. De sabor marcante e peculiar, o pequi é consumido cozido, puro, no preparo de arroz, de licores, conservas, doces e sorvetes. A frutificação ocorre no período chuvoso entre os meses de outubro e fevereiro.
O óleo de pequi (extraído da polpa e da amêndoa, por diferentes técnicas) é utilizado no preparo de alimentos, fabricação de cosméticos e para a produção de biodiesel. Estudos realizados pela Universidade de Brasília (UnB) identificaram suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
As pesquisas foram iniciadas há mais de vinte anos, tendo como base o conhecimento popular das propriedades fitoterápicas da planta - um grande exemplo do potencial que este ecossistema possui para estudo, pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos, por exemplo.
Os estudos realizados pela Universidade de São Paulo (USP) visam investigar seus efeitos na prevenção de câncer.
Políticas focadas na sustentabilidade desses recursos são meios para valorizar e preservar a espécie, conhecida como ouro do cerrado. Há ainda o estudo realizado por diversas instituições brasileiras, visando melhoramentos genéticos no pequi destinados à produção profissional, alto rendimento da parte comestível e a criação de pequi sem espinhos.
Uma das etimologias possíveis de origem da palavra pequi vem do tupi, significando "pele com espinhos", devido aos minúsculos espinhos dispostos no caroço e inseridos logo abaixo da polpa - motivo do alerta para que o fruto seja cuidadosamente roído entre os dentes ao invés de mordido.
Ilustração: Martius, C.F.P. von, Eichler, A.G., Urban, I.,
Flora Brasiliensis (1840-1906) Fl. Bras.
Por: Patrícia Dijigow