Lançado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), o livro Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial – Plantas para o Futuro – Região Norte aborda mais de 150 espécies nativas da Região Norte do Brasil que apresentam valor econômico atual ou potencial para serem manejadas de forma sustentável para a produção de medicamentos, alimentos, corantes, fibras, forragens, aromas, condimentos, óleos, ornamentos e forragens.
A publicação é disponibilizada gratuitamente em versão digital e reúne os estudos, a dedicação e a colaboração de 147 especialistas de universidades, instituições de pesquisa, empresas e ONGs do Brasil e do exterior.
Cada espécie é citada com diversas informações como família botânica, características morfológicas, nome científico, nomes populares, distribuição geográfica, habitat, uso econômico ou potencial, partes utilizadas, aspectos ecológicos, agronômicos e silviculturais para cultivo, propagação, experiências relevantes, situação de conservação, perspectivas e recomendações, além de fotos e referências bibliográficas.
A publicação é dividida em capítulos (Iniciativa Plantas para o Futuro; A Região Norte; Metodologia; Grupos de usos e as espécies prioritárias; Síntese de resultados; Índices de nomes científicos e populares) e traz informações sobre espécies como o buriti (Mauritia flexuosa), araçá-d'água (Myrciaria dubia), bacaba (Oenocarpus bacaba), maracujá-do-mato (Passiflora nitida), erva-de-jabuti (Peperomia pellucida), bacuri (Platonia insignis), cupuaçu (Theobroma grandiflorum), cansanção (Urera caracasana), vitória-régia (Victoria amazonica), macacaporanda (Aniba parviflora), copaibas (Copaifera multijuga e Copaifera reticulata), priprioca (Cyperus articulatus), curauá (Ananas lucidus) e tucumã-do-pará (Astrocaryum vulgare), entre tantas outras.
Acima: algumas imagens de páginas da publicação
O Brasil é detentor da maior biodiversidade mundial, abrigando cerca de 20% de todas as espécies do planeta, em seus diferentes ecossistemas.
O conhecimento e aproveitamento dos recursos de origem vegetal presentes na Floresta Amazônica atingem diferentes níveis entre as comunidades tradicionais indígenas e são alvo de estudos da Etnobotânica, como por exemplo os dados de William Balée (citados na publicação), que indicam que os povos indígenas Ka'apor fazem uso de 76,8% das espécies arbóreas contidas em um hectare da floresta, enquanto os povos indígenas Tembé atingem 61,3%.
Esses números evidenciam o potencial de riquezas ainda desconhecidas da Floresta Amazônica, que correm o risco de desaparecem sem sequer serem identificadas e estudadas, em virtude da destruição do bioma.
A identificação e o estudo de espécies nativas com potencial econômico são essenciais não apenas para a inclusão sustentável na agricultura, como também para questões de segurança alimentar e estímulos da bioeconomia, através da promoção de cadeias produtivas que valorizem, conservem e protejam a biodiversidade brasileira.
A Iniciativa Plantas para o Futuro é desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente com o objetivo de valorizar, promover uma economia sustentável da flora brasileira, como uma ferramenta de conservação ambiental, diversificação do repertório agrícola, desenvolvimento de uma agricultura mais saudável e despertar a percepção da sociedade sobre essas novas possibilidades, incrementando o interesse em pesquisas, desenvolvimento e inovação em diversos setores.
O livro pode ser baixado gratuitamente no site do MMA, ou no link abaixo:
Por: Patrícia Dijigow
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