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12 de fevereiro - Dia de Darwin

Atualizado: 11 de dez. de 2023


Charles Darwin (retratado por G. Richmond)

Charles Robert Darwin (12 de fevereiro de 1809 - 19 de abril de 1882) foi um naturalista, geólogo e biólogo britânico, que desde criança demonstrou grande interesse pela natureza e seus fenômenos e começou a estudá-la através de inúmeras coleções. Suas pesquisas o tornaram célebre por todos os avanços que proporcionou sobre evolução junto às Ciências Biológicas.



Aos 16 anos e seguindo tradição familiar, Darwin iniciou seus estudos de Medicina, mas insatisfeito com práticas de operação que eram realizadas sem anestesia, abandonou o curso. Foi então enviado pelo seu pai para a Universidade de Cambridge, para cursar bacharelado em Artes e tornar-se clérigo da Igreja Anglicana (intelectuais da igreja muitas vezes seguiam o ramo das Ciências Naturais). Foi nesta ocasião que Darwin conheceu o botânico e geógrafo John Stevens Henslow, do qual tornou-se amigo próximo e seguidor.


A leitura de livros como Preliminary Discourse on the Study of Natural Philosophy (do matemático e astrônomo inglês John Harschel) e Personal Narrative of Scientific Travels (de Alexander Von Humboldt) foram extremamente importantes para as decisões e novos direcionamentos de estudos de Darwin e que o levariam a participar da famosa expedição que passou pelas Ilhas Galápagos.


O navio HMS Beagle - pintura de Conrad Martens (1831-1836)

Foi Henslow quem o indicou para participar da tripulação do HMS (Her Majesty Ship) Beagle, navio que faria uma grande viagem por várias regiões do mundo. A expedição teve início em 27 de dezembro de 1831, e por cinco anos permitiu a observação e a coleta de exemplares das mais diversas formas de vida ao redor do mundo - e que permitiram uma melhor compreensão das mudanças ocorridas nas espécies. Darwin também coletou diversos fósseis e realizou estudos geológicos que permitiriam observar detalhes da suposta evolução que as espécies teriam sofrido ao longo do tempo.


A expedição foi mantida em segredo por Darwin, com o intuito de manter controle do material coletado, visando uma preservado mais eficiente que serviria de fonte para futuras pesquisas. A parada nas Ilhas Galápagos foi de extrema importância para a observação de diferenças entre grupos de pássaros endêmicos de cada ilha, que apresentavam relações características de cada meio onde viviam. Essas observações foram fundamentais para a compreensão do processo de seleção natural, que seria proposto adiante.


A teoria da seleção natural foi concebida em 1838, tendo como base o estudo da distribuição geográfica da vida selvagem e dos fósseis coletados durante a expedição. Em 24 de janeiro de 1839, Darwin foi eleito membro de uma das mais famosas instituições destinadas à promoção do conhecimento científico: a Royal Society.


A determinação para tornar a teoria pública veio em 1858, quando o naturalista Alfred Wallace enviou um ensaio científico para Darwin, estabelecendo as mesmas ideias e sugerindo uma publicação em conjunto, chamada Sobre a tendência das espécies de formar variedades; e sobre a perpetuação das variedades e espécies através de meios naturais de seleção.


Juntamente com Alfred Wallace, Darwin propôs que todos os seres vivos descendem de um ancestral em comum, conceito amplamente aceito e fundamental no meio científico. Em sua teoria, Darwin afirma que organismos com variações genéticas que sejam adaptadas ao seu meio ambiente tendem a se propagar e deixar mais descendentes se comparados aos organismos da mesma espécie que são desprovidos dessas variações.


Rascunho da árvore evolutiva de Darwin (1837)

Em 24 de novembro de 1859, o livro Da Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida (On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life) do naturalista, geólogo e biólogo britânico Charles Darwin (1809 – 1882) foi publicado pela primeira vez, na Inglaterra.


Foi somente em sua sexta edição (1872) que o livro passou a ter seu título abreviado para A Origem das Espécies, como é mundialmente conhecido.

Considerada a base da biologia evolutiva, essa publicação mudou o modo como os seres humanos compreendem a si mesmos e o mundo à sua volta, ao introduzir a teoria científica de que as populações evoluem ao longo das gerações por meio de um processo de seleção natural.


Novas descobertas nas áreas da genética e biologia molecular trouxeram algumas mudanças na compreensão da teoria evolucionista, entretanto as ideias de Darwin são até hoje consideradas fundamentais para a Ciência e a Biologia, por apresentarem uma explicação prática da evolução.



Darwin e as flores


Darwin também se dedicou ao estudo das plantas, formas florais, órgãos vestigiais e realizou inúmeras polinizações manuais com o intuito de compreender conjuntos diferentes de anteras em prímulas e os mecanismos de fertilização cruzada, se atentando ao número e a vitalidade das sementes geradas em seus experimentos.


Seu livro As Várias Maneiras Como as Orquídeas São Fertilizadas pelos Insetos foi publicado em 1862 e em 1877, publicou As Diferentes Formas de Flores em Plantas da Mesma Espécie, que aborda a relação entre plantas com flor e os insetos que efetuam o serviço de polinização.


Ao estudar a espécie Angraecum sesquipedale, uma orquídea endêmica de Madagascar, que apresenta um longo nectário de aproximadamente 30 centímetros, Darwin sugeriu que a flor era polinizada exclusivamente por uma mariposa de probóscide do mesmo comprimento. Décadas após sua morte, a mariposa Xanthopan morgani foi descoberta e tornou-se uma das mais famosas predições da teoria da evolução.


Ilustrações da orquídea Angraecum sesquipedale por Thomas William Wood

(à esquerda com a mariposa polinizadora) e por Warner, R., Williams (à direita).



Com o intuito de promover a Ciência e destacar as contribuições de Charles Darwin, em 12 de fevereiro (data de seu aniversário) é comemorado o Dia de Darwin.


Charles Darwin em 1868 (fotografia de Julia Margaret Cameron)

A edição de A origem das espécies da Ubu Editora (disponível na loja on-line da Escola de Botânica) é baseada no texto original, com tradução e apresentação do professor de filosofia da USP, Pedro Paulo Pimenta, e traz ainda os artigos que anunciaram a teoria da seleção natural, os acréscimos mais importantes às edições posteriores e as primeiras reações do mundo científico à obra – fazendo desta a edição mais completa já publicada em língua portuguesa. Impressa em duas cores, a edição possui mais de trinta aquarelas de plantas e animais ilustrados por Alex Cerveny.


A origem das espécies (Charles Darwin) - publicação da Ubu Editora.


Por: Patrícia Dijigow

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