Muitos são os seus nomes populares: capim-limão, capim-santo, capim-cidreira, erva-príncipe, belgate, chá-de-estrada, chá-príncipe, chá-do-gabão, capim-cidrão, capim-cidrilho, capim-cidró, capim-cheiroso, capim-marinho, capim-membeca, palha-de-camelo e erva-cidreira (este último, também aplicado para designar a planta Melissa officinalis) mas cientificamente seu único nome é Cymbopogon citratus. A palavra em latim citratus é referente ao aroma da planta que lembra Citrus.
O capim-limão é uma planta aromática, perene e de porte herbáceo, nativa das regiões tropicais da Ásia (principalmente sul da Índia e Sri Lanka), e que pertence à família Poaceae (que abrange os capins, gramas e relvas). A planta é muito cultivada em quase todos os países tropicais, inclusive no Brasil (onde é naturalizada), seja para fins industriais ou em hortas caseiras para uso medicinal.
Pode crescer entre 1,2 e 1,5 metros de altura, devendo ser cultivado a sol pleno. Suas folhas são longas e de coloração verde clara e apresentam margens cortantes. As inflorescências são constituídas por panículas de coloração amarelada. Adapta-se facilmente a diversas condições climáticas e de solo e pode ser plantado em vasos, jardineiras ou canteiros.
Historicamente é uma planta muito associada ao comércio indiano, por suas propriedades terapêuticas e como objeto de lembrança deixado a parentes pelos peregrinos. Comerciantes hindus tinham por hábito aromatizar seus tecidos com o capim-limão, como comprovação de origem, para distingui-los dos tecidos de outras regiões.
Na medicina tradicional Ayurveda é utilizado para reduzir febre, amenizar tosse e tratar doenças infecciosas. A pasta feita com as folhas é aplicada em micoses, devido suas propriedades fungicidas. Na medicina tradicional chinesa é empregado no tratamento da dor-de-cabeça, dor de estômago, dores abdominais e reumáticas.
O capim-limão também é muito conhecido na medicina popular, utilizado na forma de infusão das folhas, que apresentam forte aroma de limão quando amassadas, e possuem diversas propriedades terapêuticas, nas quais se destacam ações febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, antimicrobianas, diuréticas e adstringentes.
Pode ser aplicado externamente como cataplasma ou em diluição segura de seu óleo essencial para atenuar dor e artrite. A decocção também é utilizada topicamente para reumatismo, lombalgias e neuralgias.
O Brasil é um dos poucos países ocidentais a recomendar o uso do capim-limão como planta medicinal. A planta passou a integrar a Farmacopeia em sua quarta edição (1988-1996) e foi parte do Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais (PPPM) da CEME (Central de Medicamentos).
Na culinária tailandesa, o talo do capim-limão é consumido fresco, utilizado como tempero para realçar o sabor dos alimentos ou em pastas e ensopados. Um outro preparado utiliza suas folhas, que são batidas em liquidificador junto ao suco de limão e água. Esse refresco deve ser filtrado antes de ser consumido, para se evitar a presença dos micro fragmentos da folha, que podem irritar e causar danos às mucosas do esôfago e estômago.
Junto com frutos cítricos como o limão-kaffir (Citrus hystrix), suas folhas são utilizadas para fazer um famoso cordial, um tipo de xarope com alta concentração de açúcar.
Cultivos maiores de capim-limão são destinados para a extração de óleo essencial e hidrolato, muito empregados na perfumaria, em aromatizadores de ambientes e principalmente como material de partida para a síntese de vitamina A e de substâncias utilizadas em produtos de limpeza. Após a destilação das folhas, os resíduos do capim-limão são usados como cobertura de solo para novos plantios.
Uma outra espécie de capim-limão, do mesmo gênero tem sido cultivada para estas finalidades: o Cymbopogon flexuosus, que pode produzir um volume de massa verde três vezes maior na mesma área.
Por: Patrícia Dijigow
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