top of page

Blog

Mais de 300 matérias para você descobrir a Botânica

Foto do escritorEscola de Botânica

BeetBlue: o corante azul derivado da beterraba

As plantas possuem diversos grupos de pigmentos: as clorofilas (que são os pigmentos fotossintéticos mais importantes), os carotenoides (amarelos) e as antocianinas (azul, vermelho e roxo).



Os pigmentos são substâncias que absorvem a luz, entre determinadas faixas do espectro, e permitem que a energia luminosa seja utilizada pela planta em processos metabólicos, como a fotossíntese.


Os pigmentos também desempenham papéis importantes de proteção dos tecidos vegetais e atração de polinizadores, e são amplamente estudados para serem empregados como agentes de coloração natural em alimentos, levando em consideração diversos fatores como a sua solubilidade em água, segurança (não podem ser tóxicos) e estabilidade molecular.


Nas plantas a cor azul é muito rara e um dos exemplos mais famosos para obtenção desse pigmento vem da espécie Indigofera tinctoria: o popular índigo, que não é encontrado na planta viva, mas obtido através de oxidações e é amplamente utilizado na indústria têxtil. Embora existam outros exemplos de plantas com flores azuis, como  hortênsia e bela-emília, esses pigmentos se degradam logo após a sua extração, inviabilizando seu uso.


Em pesquisa inédita, realizada pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), realizada pelo químico Erick Bastos e pela bioquímica Barbara Freitas-Dörr e publicada na revista Science Advances, um novo corante azul, atóxico e renovável foi criado a partir do pigmento da beterraba: a BeetBlue.


A BeetBlue é produzida a partir da betanina, pigmento vermelho e disponível em abundância na beterraba. Para ser transformada em BeetBlue, a molécula da betamina é purificada e quebrada para produzir o ácido betalâmico. Na sequência, este é ligado a outra molécula (pirrol) que torna sua cadeira maior, fazendo com que reflita a cor azul.


A BeetBlue foi testada e tinge papel, tecido de algodão, fios de seda, cabelo, iogurte e outros materiais e ainda tem a vantagem de não conter metais em sua estrutura. A presença de metais em corantes sintéticos é um fator responsável pela toxicidade.


Em etapa seguinte, novas pesquisas deverão ser realizadas para determinar se a substância é segura para consumo humano.


Para saber mais sobre essa pesquisa, acesse o artigo na Revista Fapesp (https://revistapesquisa.fapesp.br/azul-da-natureza) e confira o vídeo abaixo:



Por Patrícia Dijigow



1.282 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Veja nossa seleção especial de livros e gravuras

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

bottom of page