top of page

Blog

Mais de 300 matérias para você descobrir a Botânica

Foto do escritorEscola de Botânica

A árvore-do-pão e o motim de uma tripulação


A árvore-do-pão é uma espécie naturalizada no Brasil.

A árvore-do-pão ou fruteira-pão (Artocarpus altilis) é uma espécie de planta tropical perene, originária da Nova Guiné e pertencente à família Moraceae. É muito cultivada para alimentação no sul da Índia, Malásia, Indonésia e dezenas de outras ilhas do Pacífico, onde compõem a base alimentar de vários povos.

É muito aparentada com a jaqueira (Artocarpus heterophyllus), que pertence ao mesmo gênero. No Brasil, a espécie é naturalizada e pode ser encontrada na Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica.


Após ser descoberta pelo capitão James Cook (1728-1779) e pelo botânico Joseph Banks (1743 - 1820) em viagem ao Taiti (Polinésia Francesa), foi sugerido que mudas da árvore fossem levadas para melhorar a alimentação dos escravizados encarregados das plantações nas Índias Ocidentais Britânicas.


O oficial da Marinha Real Britânica William Bligh (1754 - 1817) foi nomeado pelo então rei George III, para liderar a expedição da árvore-do-pão ao Taiti, local onde toda a tripulação permaneceu por vários meses aguardando as mudas ficarem prontas para a viagem. Esse período fez com vários homens de sua tripulação se acostumassem a viver na ilha e não desejassem mais partir. Um mês após o início da viagem pelo Pacífico Sul, rumo às Índias Ocidentais, dezenove tripulantes se rebelaram e largaram Bligh e seus homens em um pequeno barco à deriva. Todas as mudas da árvore-do-pão também foram descartadas. O incidente ficou conhecido como o motim do HMS Bounty.


O motim do HMS Bounty, em pintura de Robert Dood (1790)

Para sobreviver, Bligh e sua tripulação navegaram por mais de 3,6 mil milhas náuticas (6,7 mil km) rumo ao Timor (ilha no sudeste asiático), em viagem que demorou cerca de 48 dias. O oficial retornou à Inglaterra e passados dois anos, partiu em nova missão para o Taiti, com o mesmo objetivo, e em 1792, a planta foi introduzida no Caribe. Na Jamaica, é relatado que algumas das árvores levadas por Bligh ainda produzem frutos.


A árvore-do-pão pode atingir mais de vinte metros de altura. Possui folhas grandes, brilhantes e muito recortadas, que medem até 40 centímetros de comprimento. Não tolera frio ou regiões muito secas e se adapta bem ao litoral.


A árvore-do-pão é monóica, ou seja, apresenta os dois sexos na mesma planta e flores masculinas e femininas. A polinização é na maioria das vezes anemófila, ou seja, realizada pelo vento.


Seus frutos são grandes, arredondados e podem pesar mais de três quilos. São repletos de amido, apresentam coloração verde ou amarelada e superfície espinhosa. Muito versáteis na culinária, podem ser cozidos inteiros, recheados com coco e outras frutas, ou ainda armazenados na forma de purê fermentado ou transformados em farinha. Ao serem cozidos, apresentam sabor próximo ao pão, fato que rendeu seu nome popular de fruta-pão.


Existe a variedade que não produz sementes, cuja polpa é comestível (conhecida por apyrena) e a variedade que produz muitas sementes, cuja polpa não é comestível (chamada seminifera).


Detalhe do fruto, popularmente conhecido por fruta-pão.
948 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


Veja nossa seleção especial de livros e gravuras

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

Não temos nenhum produto para mostrar no momento.

bottom of page