A arruda (Ruta graveolens) é uma planta da família Rutaceae, de origem europeia e com muitos usos citados ao longo da história da humanidade e muito relacionada ao folclore, devido suas folhas intensamente aromáticas. A família Rutaceae abrange espécies de amplamente cultivadas pelo ser humano, como o limoeiro, a laranjeira, tangerineira e limeira.
Na Botânica é classificada como um subarbusto perene que atinge até um metro de altura, de haste lenhosa e folhas compostas, alternas, pecioladas e carnudas, e medem até 15 cm. Suas flores são pequenas com 5 pétalas amareladas e seu fruto é do tipo capsular, de 4 a 5 lobos, salientes e rugosos. Propaga-se por sementes ou estaquia.
Na Antiga Grécia era empregada para afastar doenças contagiosas; entre os romanos era popular como tempero de carnes. O pastor luterano e botânico alemão Jérôme Bock em seus escritos de 1551 sugeria que monges e religiosos a ingerissem misturada aos alimentos e bebidas, para garantir a pureza e castidade, o que a tornou abundante em jardins de mosteiros. Na Idade Média acreditava-se que a arruda era uma defesa contra a peste negra.
Shakespeare cita a arruda em sua obra "Hamlet", como a "erva sagrada dos domingos", lembrando os rituais de exorcismo, onde se utilizava uma mistura da erva com vinho. Na mesma época a infusão da planta era popular como anticoncepcional e abortiva.
O comércio de arruda, vendida como amuleto de sorte e proteção, foi retratado pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret em "Viagem Histórica e Pitoresca ao Brasil", século XIX.
Seu uso como tempero de carnes, sopas e saladas bem como no preparo de infusões, licores digestivos e aromatização de vinhos deve ser limitado e acompanhado, devido sua toxicidade. Entre seus constituintes químicos estão ácido salicílico, álcoois, ésteres, matérias resinosas e pépticas, flavonoides (especialmente rutina), undecanona e alcaloides.
Por: Patrícia Dijigow