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A história do cacau



O cacaueiro (Theobroma cacao) é uma árvore perene e naturalizada, pertencente à família Malvaceae e originária da Bacia do rio Amazonas, ocorrendo nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, na Amazônia e Mata Atlântica.


Em ambientes sombreados de floresta e sem interferência humana, pode atingir 20 metros. Porém, em condições de cultivo, usualmente sua altura é mantida entre 3 e 5 metros. É uma planta de clima quente e úmido e prefere o solo argilo-arenoso. A árvore possui duas fases de produção de frutos: temporão (de março a agosto) e safra (de setembro a fevereiro). O sul da Bahia é considerado um dos melhores solos e clima para sua cultura.


A propagação é feita de duas formas: sexuada, por meio das sementes, e assexuada, de forma vegetativa. Por ser uma planta tolerante à sombra, ela vegeta bem em sub-bosques e matas raleadas sendo, portanto, uma cultura extremamente conservacionista de solos, fauna e flora. Pouco mecanizada, esta é uma cultura que proporciona um elevado grau de geração de emprego.



O cacaueiro produz seus frutos a partir dos quatro anos. As flores do cacaueiro são pequenas, pentâmeras e possuem pétalas brancas, amarelas ou cor-de-rosa, e são polinizadas por pequenos insetos do gênero Forcipomyia (família Diptera).


O florescimento junto ao tronco recebe o nome de caulifloria, que também pode ser observado em outras espécies como o abricó-de-macaco, jaqueira e jabuticabeira, por exemplo. 


O momento de maior florescimento do cacaueiro ocorre no final da estação seca, porém nesse período, as populações de polinizadores são reduzidas, levando alguns produtores a polinizar artificialmente as flores para garantir a safra.



O cacau é a principal matéria-prima do chocolate, feito por meio da torra e moagem das suas sementes secas em processo industrial ou caseiro. As sementes contêm cafeína e teobromina, são separadas de seu meio mucilaginoso, fermentadas e então secas ao sol. Deste modo, ficam prontas para seu processamento.


Na América Pré-Colombiana, povos olmecas e maias utilizavam os grãos de cacau para preparar uma bebida amarga e muito temperada, que era consumida durante os rituais sagrados realizados por sacerdotes e nobreza. Utilizada para combater o cansaço, a bebida apresentava sabor amargo e picante, além da fama de ser afrodisíaca e fonte de sabedoria.

A bebida sagrada foi posteriormente adotada pelos astecas para celebrar o deus do vento e do juízo, representado pela serpente emplumada.

O grão de cacau também servia como uma importante moeda naquela época, utilizada para pagar os guerreiros e alimentá-los. As sementes também eram torradas e moídas para completar pratos com legumes.



O primeiro europeu a ter contato com o cacau foi Cristóvão Colombo, que, em 1502, provou chocolate pela primeira vez. Em 1528, o espanhol Hernán Cortés levou o cacau e a receita da bebida para a Espanha, onde, com a adição de novos ingredientes como leite, açúcar e especiarias, passou a ser considerada uma iguaria fina, porém apenas consumida pelos nobres.


Os chamados pioneiros do chocolate na Itália, Bélgica, Alemanha, Holanda e Suíça descobriram técnicas e receitas para a produção de uma forma sólida da bebida que, com o tempo, popularizou o chocolate para o mundo.


O cacau em pó é feito com as sementes de cacau moídas sem a manteiga, e, ao contrário do chocolate em pó, não possui açúcar em sua formulação.


Além do cacau em pó, das sementes também é obtida a manteiga de cacau, sua gordura comestível de textura suave, considerada uma das mais estáveis, rica em antioxidantes naturais (que permitem sua armazenagem por um prazo de 2 a 5 anos) e muito utilizada em vários alimentos - incluindo o chocolate, e na fabricação de sabão e cosméticos, principalmente hidratantes.



Também obtemos polpa, suco, geleia, licores e sorvete feitos com o cacau. Apesar do comércio do cacau movimentar bilhões anualmente, uma boa parte da produção mundial não é cultivada e comercializada de forma justa, impedindo o desenvolvimento das comunidades envolvidas.


Por este motivo, os selos que atestam o "fair trade", ou seja comércio justo, são extremamente importantes nas relações comerciais, pois certificam condições justas e permitem que as comunidades produtoras possam se desenvolver com aplicação de práticas de plantio ecológico, padrões de trabalho justo e educação.


O Dia mundial do chocolate é celebrado anualmente no dia 7 de julho.



Por: Patrícia Dijigow

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